Entrevistando Jean Pereira

                                                       Oi gente, tudo bom?
Hoje trago uma entrevista com Jean Pereira, 
que apesar de novinho já tem muito o que contar e 
muito mais para mostrar!!

Espero que gostem, pois eu adorei conhecer ele e foi ótimo para mim poder entrevistá-lo!!



Boa noite, Jean! Quando foi que você sentiu que não bastava mais apenas ler e que você tinha a necessidade digamos que gritante de escrever algo?


Jean: Por volta dos 12 anos de idade, percebi que tudo de artístico que me agradava vinha de fora, seja literatura britânica, séries americanas ou cinema europeu. Gosto muito do Brasil e tenho orgulho de ser brasileiro, por isso decidi que, algum dia, contribuiria para nossa produção artística de alguma forma.

O que você acha do cenário brasileiro dentro da literatura? E o que você, se pudesse, mudaria para melhorá-lo?

Jean: O cenário brasileiro dentro da literatura, em minha opinião, evoluiu menos que dentro do cinema ou teatro, por exemplo. É comum ouvir de conhecidos sobre quão entediados eles se sentem ao entrar em uma livraria e ir até a seção de literatura nacional; e, simultaneamente, é rotineiro ouvir comentários positivos sobre livros estrangeiros. Se eu pudesse, mudaria esse cenário no quesito criatividade. Acho que andam priorizando demais as tendências em detrimento da inovação.

Você tem noção de quantos contos você já chegou a escrever antes de lançar o seu livro? E quais eram as temáticas?

Jean: Na minha página Ponto do Conto, no Facebook, tenho em torno de 75 contos publicados. Antes disso, já havia escrito algo em torno de 50 contos em blogs anteriores. Escrever contos é realmente uma paixão para mim, principalmente dentro de temáticas fortes, algumas delas tabu, que trazem reflexões ao leitor e ajudam a construir questionamentos, como: preconceito, sexualidade, identidade, e relacionamentos (explorados afundo), entre outros.

Antes de lançar o seu livro “O Vilão” você se deparou com muitas negativas das editoras, como foi para você criar o seu próprio selo?

Jean: Passei cerca de dois anos procurando por uma editora para publicar outra história que tenho escrita, mas deparei-me com apenas duas negativas, estranhamente. O grande problema das editoras nacionais, pelo visto, é a falta de empreendedorismo: 90% das editoras sequer lê as sinopses que lhes são enviadas, por falta de “tempo” – na verdade, falta de preparo ou de funcionários dedicados exclusivamente à análise de originais –, e acabam deixando passar inúmeros títulos de boa qualidade, que, inclusive, poderiam lhes render muito dinheiro. Criar meu próprio selo foi a única alternativa que encontrei, nesse cenário caótico e impenetrável, de realizar meu sonho e contribuir com a literatura nacional, como sempre pretendi. Os livros são manufaturados e vendidos de maneira informal, por enquanto, mas começar por baixo é um ótimo caminho.

Já que falei de “O Vilão”, que tal você falar para as pessoas um pouco sobre essa sua obra?

Jean: “O vilão” é uma obra de grande profundidade reflexiva e de estética inovadora. A história é narrada por três narradores-personagens – Augusto, o psicopata; Cíntia, a policial; e Gabriel, o viajante misterioso –, intercaladamente, proporcionando ao leitor três pontos de vida distintos sobre a mesma corrente de eventos. E esse aspecto estético dialoga diretamente com a temática principal do livro: as identidades. Todos se perguntam quem são, em que posição estão – ou como são vistos pelos outros –, o que procuram; mas, dificilmente, perguntamo-nos sobre quem os outros são, como os vemos, ou o que procuram. O objetivo é estimular, através dos pensamentos e reflexões de cada um dos personagens, a criação de empatia.

Você sendo tão novo e já tendo criado seu próprio selo e já tem um histórico tão interessante envolvendo o mundo da escrita. Como você encara essa situação?

Jean: Beethoven compôs suas primeiras peças aos onze anos, creio que tudo depende do quanto queremos algo. Minha paixão pela escrita surgiu aos 12, mas até a criação do selo Quântica, não tinha certeza de que algum dia realizaria o sonho de ter uma obra lida. Eu acredito que as crianças devam ser direcionadas a uma área da qual gostem mais cedo, pois é nessa transição entre infância e adolescência que surgem nossos maiores sonhos e talentos.

Quais autores te inspiraram e que ainda te inspiram quando você escreve algo?

Jean: A criação de um universo literário – do qual derivou o selo Quântico – foi grandemente inspirada por autores como H. P. Lovecraft e Terry Pratchett, criadores de enormes séries de livros, assim como por editoras como Marvel e DC Comics, que introduziram ricos universos que são, ainda, ilimitadamente explorados. No entanto, não posso negar que a grande inspiração que me motivou a criar todas as histórias que já criei deriva do cinema, em especial de um nome: J. J. Abrams. Foi inspirado em suas séries de ficção científica que criei meus primeiros rascunhos de obras, e é inspirado em seu conceito de arte como força modeladora de comportamentos – e não apenas representante dos mesmos – que sigo escrevendo contos e romances.

Quais os planos para o futuro? Já tem em mente outro livro ou conto?

Jean: Atualmente, possuo uma lista com 112 títulos parcial ou completamente esquematizados, em rascunhos que variam de cinco a cinquenta páginas de tamanho para cada título, faltando-lhes apenas a escrita definitiva. Além disso, há uma enciclopédia do Universo Quântica em desenvolvimento, que já conta com 321 páginas, onde insiro, diariamente, todas as informações sobre cada personagem, lugar ou objeto citado em minhas obras para estabelecer conexões e referências cruzadas. Por enquanto, adianto apenas que se pode dizer que “O vilão” é parte de uma espécie de trilogia, e que seus demais componentes virão, em breve, mas não logo em seguida. O próximo livro do Universo Quântica já está sendo escrito, mas ainda não tenho uma estimativa de quando ficará pronto. Quanto aos contos, não há um planejamento, como ocorre com os livros, e posso escrever tanto um por semana quanto três por dia, a depender de inspirações e/ou tempo livre.

Para finalizar, que mensagem você gostaria de passar para as outras pessoas que desejam lançar seus próprios livros?

Jean: Gostaria de dizer àqueles que desejam lançar seus próprios livros que tentem de todos os modos possíveis. É claro que tudo depende do objetivo de cada um com isso, além do quanto a pessoa sonha com a ideia. O espaço entre esperar por anos até uma editora responder sua procura e começar a confeccionar os próprios livros em casa é tão grande quanto a diferença entre o objetivo de lançar um livro, por si só, e possuir uma lista com 112 ideias de livros. Pergunte-se se ser escritor é seu maior sonho: se sim, não meça esforços para realizá-lo, faça o que for, por mais impossível que pareça.
 

Para quem quiser conhecer mais a respeito de Jean, olha aqui uns links bem legais:



Comentários

  1. Boa sorte pro Jean, espero poder ler seus livros em breve! E boa sorte para todos os que estão tentando seguir seu caminho no meio literário, espero que acrescentem cada vez mais e contribuam para a evolução da dinâmica do mercado e do acervo literário nacional. :)

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  2. Quem diria que o tal do Jean foi meu professor de curto prazo em? hahahaha prazer imenso saber que você já tá mais perto do que nunca de ser um autor renomado meu amigo. LHE DESEJO SORTE PO!

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  3. Excelente entrevista e obviamente com um excelente entrevistado. Tenho a Honra de dizer que conheço e tenho como amigo essa pessoa dedicada e batalhadora chamada Jean! Desejo a maior sorte possível nesse estágio da sua carreira. E que venham os próximos títulos, que terei o maior prazer do mundo ao ler! Parabéns!

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  4. Acompanho a page Ponto do Conto e conheco a qualidade da escrita. Realmente muito bom...quero um exemplar de O Vilao em breve. Sucesso!

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