131 anos após sua morte, Dostoiévski é processado
Pode parecer absurdo mas é verdade, cento e trinta e um anos após sua morte, o escritor russo Fiódor Dostoiévski foi processado por incitar o desrespeito a um tribunal, as informações são de reportagem da agência de notícias estatal russa Ria Novasti publicada na quinta-feira (1º).
O processo contra Dostoiévski começou após um morador da longínqua região de Kamchatka, no nordeste da Rússia, usar a palavra "idiota" para se referir a um oponente durante um julgamento, em 2011, ele foi processado criminalmente por desrespeito ao tribunal, o homem alegou em sua defesa que a "perniciosa influência" da leitura de "O Idiota", uma das obras-primas de Dostoiévski, publicada em 1869, o havia levado a ofender o adversário, e que o escritor deveria ser investigado por incitá-lo a desrespeitar o tribunal.Após nove meses de supostas investigações sobre a alegação do homem, o processo foi finalmente arquivado no início deste ano pelo fato de que o escritor está morto desde 1881.
Autoridades judiciais russas são obrigadas a processar todos os requerimentos feitos ao Judiciário, independentemente de parecerem absurdos, segundo uma porta-voz. O crime de desrespeito a tribunal prevê pena de até seis meses de detenção ou multa de 200 mil rublos (cerca de R$ 14 mil) na Rússia.
Inocentado neste processo, Dostoiévski passou grande parte da vida tendo problemas com a Justiça. Em 1849, por exemplo, o escritor foi condenado à morte junto com outras 19 pessoas por distribuir panfletos contra o governo, mas a sentença foi cancelada na última hora. Caso tivesse morrido na ocasião, ele não teria escrito seus principais romances, como "Crime e Castigo", "Irmãos Karamazov" e o livro que teria incitado o desrespeito a tribunal praticado pelo morador de Kamchatka.
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